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Longe de toda negatividade, Forfun compartilha alegria para 45 mil pessoas no Allianz

Dia 09 de agosto de 2024 será um dia para ser lembrado por três bandas que iniciaram na cena underground e que deram vida a um dia memorável no Allianz. Menores Atos, Rancore e Forfun formaram a tríplice trindade da alegria e mesmo em um dia frio e de chuva, não deixaram o público, um minuto sequer, se lembrar da metereologia do dia.




Enquanto Menores Atos fez com que os fãs se enchessem de emoção em cada verso das suas canções, Rancore fez rodas poderosas serem abertas, onde o principal objetivo era comemorar que uma banda que recém retornou à sua formação original, estava tocando em um estádio para 45 mil pessoas. Pouco importa se a maioria estava para ver Forfun. O fator mais importante era celebrar o avanço dos meninos e ainda, de quebra, ouvir pela primeira vez "Pelejar" ao vivo. Nova canção que mal foi lançada, mas que já estava na boca da galera.


“Felicidade é um fim de tarde olhando o mar”



Enfim, os donos da noite chegaram e já mostraram logo na abertura, que a noite seria repleta de nostalgia do jeito que a gente gosta.


Após 2 vídeos incríveis mostrando a trajetória da banda, mesclando pedaços de clipes com vídeos, entrevistas e fotos intimistas, no meio de tanta emoção inicia-se "Hidropônica". E a partir desse momento a nossa memória foi desbloqueada e foi só ladeira abaixo.


Seguida por "Good Trip" o Forfun mostrou que não veio para brincadeira. O público vibrava logo na abertura. Imagina como ficamos quando o show terminou?



O primeiro bloco de canções foi regida por canções do "Polisenso" com exceção das 2 primeiras que foram escolhas propositais para dar aquecer de início o público.



Quem é fã sabe que o terceiro álbum, "Polisenso", marcou uma fase de virada da banda onde eles se distanciaram do punk-pop com uma pegada mais Blink-182 e New Found Glory, e passou a incorporar elementos de reggae e groove, inspirando-se em grupos como Sublime, 311 e Red Hot Chili Peppers, entre outros.


Sempre conversando com o público e mostrando vídeos que traziam ainda mais a trajetória da banda e sua união ao longo dos tempos, os caras seguiam emocionando o público e fazendo com que eles cantassem em uma só voz cada música que vinha na sequência do setlist milimetricamente conduzido.



Até então nem o frio venceu os fãs animados, mas a chuva apertou mesmo quando (coincidência ou não) Danilo começou a entoar os acordes de "Sol e chuva". Essa canção nunca teve um momento tão sábio para que fosse tocada. A chuva se misturou às lágrimas e ela se tornou ainda mais especial, sendo cantada com emoção e sentida na pele literalmente.



A banda não podia vir sozinha em um dia tão especial. Seria egoísmo se não dividissem esse momento com mais amigos. Em "Valer a pena", do álbum "Teoria Dinâmica Gastativa" (2021), o guitarrista Mateus Asato foi o escolhido para tocar com a banda. E durante anos os fãs sempre pediram uma junção no palco entre a banda Charlie Brown Jr e Forfun, já que eles tem um single gravado. Infelizmente a banda não está mais completa, mas "O universo ao nosso favor" foi muito bem representada pelo guitarrista Tiago Castanho e o baterista André Pinguim. E o público foi ao delírio, porque sempre pedimos esse feat ao vivo e enfim aconteceu.



A banda também realizou outras homenagens a grandes personalidades do nosso estado como Fat Family, Sampa Crew, Racionais MC’s, MC Neguinho do Kaxeta, Adoniran Barbosa, Exaltasamba e Rita Lee, e o público cantou todas em uma só voz. Ah, não podemos esquecer que os meninos também homenagearam a nossa medalhista olímpica, Rebeca Andrade, que ao ter sua imagem refletida no palco, foi ovacionada e reverenciada pela banda e público.



Os meninos estavam felizes e posso até dizer, que radiantes diante do mar de gente que o Allianz abrigou. “Nunca achei na minha vida que eu ia dar boa noite a um estádio. Espero que vocês dancem, chorem, cantem muito alto e saiam daqui sem voz. A gente só vai conduzir, vocês que vão fazer.o show, divirtam-se”, ordenou o vocalista e guitarrista Danilo Cutrin.


E realmente os fãs deram o nome e transformaram o estádio em um verdadeiro culto ecumênico, onde a principal oração era o mantra da felicidade. Em conversa com alguns fãs, um deles me disse extasiado: "O show é muito bom, está bacana. Eu acho que é uma unificação de toda a galera, de todo mundo diferente para poder reunir com a principal causa, amor.", Max Oliveira era um dos que mais estavam animados a minha frente e cantava emocionado cada verso das canções. O sentimento de Max era aparente para todos que estavam no local. A felicidade da reunião da banda após quase 10 anos, apesar de pegar a maioria de surpresa, não deixou que nada atrapalhasse esse dia histórico. E se alguém saiu de lá falando que faltou alguma música. É, faltou mesmo!



O público sentiu falta das músicas do álbum "Nu" (2014), onde apenas "A vida me chamou". Mas também pudera: foi a partir desse álbum que a banda deu início a sua despedida e que cada integrante foi tomar o seu próprio rumo na música. Não sei se seria algo que eles quisessem se lembrar. Mas a gente queria!



Mas nem isso fez com que a euforia fosse embora. O show continuou com um setlist impecável e canções como: "Siga o Som", "Gruvi Quântico", "Cosmic Jesus", "Minha Formatura", fizeram com que a alegria explodisse. E em "Alegria Compartilhada" eu via tanta, mas tanta gente se abraçando que fiquei até um pouco emocionada vendo tamanha emoção na minha frente.



Infelizmente chegou o último bloco de músicas e a nostalgia tomou o seu devido lugar. Com canções de álbuns de 2002 e 2005, os 30+ foram a loucura e só faltou a munhequeira quadriculada para compor o visual. "Constelação Karina", "Seu namorado é um c*zão", "Cara Esperto", "Costa Verde" e enfim a mais aguardada "História de verão"




“E os dias viram só recordação”


Foi isso que o grande dia virou: uma recordação boa, que aqueceu o coração mesmo em um dia gelado e de chuva, que vai deixar saudades. Ao sair do local, um fã fez questão de me falar o que significava para ele esse show de reunião da banda: “Isso significa muita história, muito amor, muita paz, muita harmonia, muita luz e alegria.”


Mas você pensa que acabou? Você e os meninos já tem outro encontro marcado: dia 17 de novembro no Espaço Unimed, para aí, sim, se despedir de toda a negatividade.



Corre porque os ingressos vão esgotar rapidinho




Texto: Jully Custódio

Fotos: Denis Svet

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A música é a arte mais direta. Ela entra no ouvido, vai para o coração e manifesta-se na alma.

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